quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cortes e mais cortes...

Já estou a ficar com medo em relação ao nosso futuro. Em relação ao futuro do meu filho, em relação ao futuro dos nossos filhos. Todos os dias andamos nisto, mais medidas aqui, corta-se ali, não vais receber tanto, e ainda por cima levas com o aumento da qualidade de vida. Tanta coisa que se apodera do meu coração, a incerteza do dia de amanhã... Gostava muito de puder dizer que posso assegurar o futuro do meu filho, mas infelizmente não posso. Em relação a tudo o que compro, bens necessários e bens menos necessários, são cautelosamente pensados ao pormenor, e mesmo assim, de vez em quando o dinheiro não me chega ao fim do mês. Só compro roupa quando é mesmo necessário, e mesmo assim de preferência em saldos. Aquelas coisas típicas de mulher, também as compro com muita cautela, e só as compro porque como faço serviço ao cliente tenho que estar o mais apresentável possível. E mesmo assim, não é sempre, porque o dinheiro não estica. Não sou vítima de marcas, tanto para casa, como para mim. E tudo o que compro, seja para casa ou não, é com muito sacrifício. Muito sinceramente, fico com pouco ou quase nada para extras até ao fim do mês. Essa é que é a verdade. Para mim, a palavra de ordem é poupar. Nunca fiz férias no estrangeiro, nunca fiz férias cá dentro (as que fiz no Algarve, como já referi, não foi por minha conta, porque não podia), nunca pude dizer que graças ao dinheiro que tenho consegui fazer coisas que sempre imaginei fazer. Nem carro tenho, embora tenha carta desde 2003 e de me fazer uma falta do caraças. Ando sempre a correr (principalmente quando o pequeno está na escola), chego a apanhar 4 autocarros por dia. Tento poupar no que posso e no que não posso. Não tenho trabalho fixo (renovaram-me mais 12 meses e depois tenho 99% da certeza que vou para a rua), ganho menos de 500 € por mês. O meu marido, por conta da crise, viu o seu ordenado baixar quase 200€, num trabalho em que não era aumentado à anos, e de repente viu-se com menos dinheiro ao fim do mês. E é assim minha gente, a minha vida não passa só pelo glamour, pelas coisas giras que compro (que para isso o meu orçamente é revisto vezes sem conta) e tudo o que compro de bens ditos "fúteis" são pensadas ao mais pequeno pormenor, vejo e revejo promoções e onde fica o mais barato. Não tenho casa própria, tenho uma arrendada em que a renda é pouco menos que o meu ordenado. Tenho a escola do miúdo, água, luz e gás, como qualquer comum mortal na mesma situação que eu. E agora pergunto, o governo vai continuar com esta macacada? Corta no bolso dos pobres e depois não corta na sua própria despesa? E o dinheiro que o estado e o governo gasta? Não era de esperar cortes nesta área? Ridículo, no mínimo. Só tenho é pena das pessoas, que tal e qual como eu, não tem perspectiva de futuro algum. 

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